sexta-feira, 30 de março de 2007

Mais uma Dose, Mais um Cigarro

"A vida faz de nós máquinas, mas enquanto tivermos sentimentos seremos humanos...”
(Charles Chaplin)

Hoje não quero escrever. Quero poupar idéias e fazer sobrar ações. Quero magoar muitos e fazer outros fatalmente felizes. Quero perder amigos e colecionar amantes. Quero revelar sentimentos que lutei para que permanecessem inertes em meu espírito obscuro e medíocre. E quero, pela primeira vez, expor essa minha personalidade aos holofotes seletivos que são os olhos da sociedade. Seria essa a morte do meu "eu-social"? Penso com os olhos sobre o mundo mecânico que nos cerca. A cidade... A cidade não passa de um filme de quinta, com atores tão manipuláveis quanto títeres e que anseiam por seus espaços nos créditos finais, mas não têm a menor capacidade de uma atuação de destaque. Não, definitivamente não é este o meu destino. Eu quero o extremo, o meio já não me interessa. Eu quero alcançar o apogeu do prazer. Acendo um cigarro, me sirvo de uísque - felizmente existe o álcool na vida. Bebo para esquecer, para me libertar de mim, para arrancar todas as amarras com as quais o mundo insiste em me aprisionar. Amanhã, a ressaca aparecerá e revelará inútil o meu esforço, lá fora o circo continuará armado e os palhaços parecerão não perceber o espetáculo incessante do qual participam. Ah, Admirável Mundo Novo*, onde estarão as minhas doses diárias de soma**? É certamente a falta delas que me mantêm vislumbrando esse patético mundo do alto ao invés de juntar-me à massa e agir como mais um humano robótico e fabricado. Mais uma dose, mais um cigarro. O silêncio da cidade fervilhando grita e me atira em um oceano sem fundo de loucura, impotência e melancolia. Mais uma dose, mais um cigarro. Os meus olhos testemunham a minha desgraça, como construir um mundo melhor? Como livrar a massa dessa ignorância eterna, desses desejos fabricados? Mais uma dose, mais um cigarro. O mundo já não é tão ruim, os problemas já não são tão graves, as pessoas já não são tão fúteis; Talvez, ainda haja esperança. Mais uma dose, mais um cigarro. Os problemas parecem supérfluos, o espírito agora anseia pela dança e o corpo anseia pelo prazer. Mais uma dose, mais um cigarro. Saio do meu apartamento, desço as escadas, percorro as ruas e, junto à massa, procuro música e sexo. Encontro-os, como sempre, à minha espera.



*Admirável Mundo Novo - "escrito por Aldous Huxley em 1931 é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química (soma**) e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono."


Leila Saads
Acesse: http://biprisma.blogspot.com

quarta-feira, 28 de março de 2007

O Fantástico e as estórias que se contam

Em matéria divulgada pelo site Comunique-se, o programa Fantástico teve duas reportagens, levadas ao ar no dia 25 deste, que foram consideradas falsas.
A primeira, que fazia parte da série "Vida de Paparazzi" teria forjado um ator para representar o paparazzi brasileiro agredido pela Britney Spears. O paparazzi brasileiro Roberto Maciel teria se negado a conceder entrevistas a Globo, e ela mui habilmente teria resolvido este probleminha, contratando quem quisesse lhe contar a história, só que se passando pelo próprio Roberto.
A outra seria da série "Atençao consumidor", onde teriam sido feitos testes de metodologia suspeita, ainda em 2005, e para corroborá-los algumas associações que hoje o criticam teriam assinado o seu aval.

...

Até que nossa Justiça decida quem está certo ou não, e pessoalmente creio que isso pouco importa, já que nem Fantástico, tampouco Globo serão prejudicados em audiência.
Eu cresci assistindo o Fantástico, era o terrível alarme que a cada intervalo comercial me lembrava "Faltam poucas horas pro fim de semana acabar e você levantar correndo e atrasada pra aula!" Lembro de poucas coisas de meus anos de expectadora, certamente mais de artistas que eu gostava e deram entrevista ou as viagens de um ou outro correspondente.
Só que, de certa forma, isso foi o que eu escolhi lembrar, porque inconscientemente, com toda certeza, muitas coisas implícitas, que o Fantástico tenha julgado errado, eu também deve ter inconscientemente condenado, e o contrário também. Afinal de contas, como diz um estudante, em um comentário à matéria no site citado: "Entre a Globo e um paparazzi fico com a Globo".

Ou seja, entre uma pessoa qualquer e os pseudos juízes que todos os brasileiros elegeram para julgar aos domingos a noite ao longo de trinta anos, não há dúvidas de quem optaremos?!

E ai? Será que isso muda?
Te digo que temos 30 anos pela frente, pra fazer alguma coisa, ou simplesmente, deixar que nossos filhos, e os de nossos vizinhos, nossos parentes e quantas cabeças couberem na boiada sejam moldadas, implicitamente, por coisas assim.

A matéria do Comunique-se na íntegra: Reportagens do Fantástico são contestadas - Marcelo Tavela

domingo, 25 de março de 2007

"Zorra Total"

Este é o programa mais engraçado e criativo da televisão brasileira. Tenho absoluta certeza que nenhum de vocês leitores, conseguem, depois de trabalhar a semana toda, passar as noites de sábado sem assistir aos quadros cada vez mais originais do programa semanal da Rede Globo.
É totalmente impossível saber qual a conclusão dos quadros. Ninguém é capaz de imaginar que o Porteiro Severino (quebra-galho), depois de ser chamado a ajudar no ensaio de uma cena, vai acabar aos beijos com aquelas atrizes pernudas, as quais, a direção do programa Zorra Total, coloca a exemplo das demais emissoras da televisão brasileira, a fim de prender a atenção dos telespectadores, já que, o conteúdo dos programas não é capaz de prender atenção de ninguém.
Os episódios do quadro Juju e Jajá, são sempre diferentes, quando a Juju faz aquela dancinha ridícula os telespectadores ficam muito surpresos já que é uma grande novidade isso acontecer. Os demais quadros do programa, também são repletos de criatividade e inovação.
Se você caro leitor, já perdeu seu tempo vendo tanta “carga d’àgua”, sabe que não falo sério. O que não entendo é como um programa tão ruim, sem graça e cansativo há tanto tempo está no ar, numa emissora tão grande como a Globo.
Praticamente todas as emissoras apresentam o mesmo nível de conteúdo que não acrescentam em nada o conhecimento de quem está assistindo a esses programas. Em outras palavras, se você viu o programa uma vez, não precisa ver denovo, pois vai ver a mesma coisa sempre.

Marcus Sabino

sexta-feira, 23 de março de 2007

O Sonho de Orieta

Sonhei que sobrevoava a cidade. É bom observar os lugares a distância. A beleza dos monumentos e construções é algo de tirar o ar. Sabe uma sensação de ter poucos olhos diante de algo muito bonito?

Fiquei voando sozinha e observando as pessoas voltando para casa. E vi os carros, aqui são muitos, retornando todos ao mesmo tempo. Uma fila interminável no sentido contrário ao maior monumento da cidade: dois prédios muito altos, com duas conchas aos pés, uma côncava e a outra convexa. É aquele prédio, que alguns chamam, cinicamente, de “A Casa do Povo”. Ah, se você pudesse ver como essa casa é diferente das verdadeiras casas do povo. É muita pretensão em forma de concreto e beleza arquitetônica. Impossível não pensar nos universos áridos do nordeste, nos barracos das favelas, nos viadutos transformados em lar.

Nesse momento quase caio e percebo que devo me concentrar mais, pra não “perder” meu vôo. Já anoiteceu e o movimento de carros é bem menor. Agora está quase tudo deserto. Vejo, ao lado da “Casa do Povo”, outra construção, menor, porém não menos imponente. Essa eles chamam de “Palácio”. Como se ali vivessem um príncipe e uma princesa...

E aconteceu algo que só é possível nos sonhos. Consegui ultrapassar o concreto, driblando os guardas e me vi dentro do “Palácio”. Estava quase completamente escuro, só uma sala ainda permanecia com a luz acesa. Imaginei ser a sala do trono, porque os móveis, todos em madeira nobre e escura, transpiravam tradição. Havia um homem sentado diante da maior mesa, numa cadeira enorme (seria o trono?). Não parecia um príncipe. Seus cabelos não eram lisos e louros e pude observar que entre seus dedos entrelaçados, em que apoiava a cabeça, faltava um. Ele estava muito compenetrado, os olhos distantes, fixos, brilhavam muito. Não me parecia feliz. Como queria penetrar seus pensamentos! Fui tomada de um sentimento de solidão incrível. Não me lembro de ter me sentido assim nem em meus piores momentos. Mas o sentimento não era meu, era dele. Daquele homem sentado, solitário e distante.

Acordei assustada e chorando...

O que acontece na nossa vida que nos distancia tanto de quem verdadeiramente somos? Em que ponto ficaram os sentimentos sinceros, quem roubaram nossas risadas espontâneas? Porque nossas maiores crueldades não são ainda acertar pássaros com estilingue, furar pneu de carro, beliscar escondido o irmão caçula? E os nossos sonhos de salvar o mundo, onde estão? Porque somos tão fracos...

Aqueles olhos...aqueles olhos não me saem da cabeça. Olhos de criança no rosto meio envelhecido daquele homem.

A sensação de solidão que sinto agora é minha. Se lá era um palácio, e ele o Rei, nosso Rei estava triste e com medo.E agora?

Orieta Valentim (Carolina Borges)

Claro Parkfashion


Meninas e meninos(em especial as meninas hahaha), a partir de hoje já estão disponíveis no site do parkshopping os convites pros desfiles do Claro Park Fashion que vai acontecer nos dias 26,27,28,29 e 30 de março.

Para pegar os convites é necessário fazer o cadastro no site no Shopping. E só é permitido um convite por cpf.

Corram, porque os convites são limitados.



Larissa Santiago

quinta-feira, 22 de março de 2007

A água nossa de cada dia...



Hoje é o dia Mundial da Água!
Este líquido tão precioso que mata a nossa sede, que rega campos e jardins. Mas que infelizmente o homem não tem cuidado e tem deixado de lado nosso tesouro não renovável.
Doze por cento da água do nosso planeta está no Brasil, principalmente na Região Norte, no Rio Amazonas.
Por isso, está mais do que na hora de preservarmos nossa água para que no futuro todos possam desfrutá-la com responsabilidade.
Cuide da nossa água, beba, refresque-se, higienize-se com consciência.
Use, mas não abuse, preserve-a!!!


Laíza Foizer Filgueira

quarta-feira, 21 de março de 2007

Feliz Dia da Poesia!

O ARCO

Que quer o anjo? Chamá-la
O que quer a alma? perder-se
Perder-se em rudes guianas
para jamais encontrar-se

Que quer a voz? encantá-lo.
Que quer o ouvido?
Embeber-sede gritos blasfematórios
até que dar aturdido.

Que quer a nuvem? raptá-lo,
Que quer o corpo? solver-se,
delir memória de vida
e quanto seja memória.
Que quer a paixão? detê-lo.
Que quer o peito? fechar-se
contra os poderes do mundo
para na treva fundir-se.

Que quer a canção? erguer-se
em arco sobre os abismos.
Que quer o homem? salvar-se,
ao permeio de uma canção.
(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 16 de março de 2007

A pelada do churrasco

No jogo de futebol que ocorreu durante o churrasco, ou, se preferirem, a PELADA, o time da turma do 1º semestre de jornalismo, perdeu de 3X2 para o time adversário.O time teve várias oportunidades de empate, mas perdeu muitos gols, como o do jogador André de Lucena que errou a bola em uma jogada dentro da área sem goleiro. Os estudantes de jornalismo e amigos que formavam o time poderiam ter chegado a um empate ou até mesmo uma vitória se o goleiro do time que estava embreagado não tivesse sofrido uma contusão durante a jogo, que o levou a se retirar para tomar uma cerveja e resultou no encerramento da partida.

André Moraes

terça-feira, 13 de março de 2007

E Viva a Comunicação!

Prestigiados com um sábado ensolarado, regado a muita cerveja, vodka, "gami" e um bom churrasco, os alunos de jornalismo e publicidade do IESB, se encontraram no Lago Norte para se comunicar!
O som ficou por conta da Banda do Geléia. Repertório melhor, impossível. Lá pelas tantas, quando todos já estavam "no ponto", rolou um funk. Foi uma loucura.
O encontro teve inicio ao meio-dia e contou com a presença dos mais variados tipos. Algumas figuras bizarras fizeram a alegria dos nem tão bizarros assim. E, para fechar a noite, a turma do 1º semestre de jornalismo, que segundo a Professora Fernanda "já estão famosos entre os professores", se encontraram no Habib´s para ratificar a união vivenciada em sala.

Robson Cardoso Amorim

segunda-feira, 12 de março de 2007

Conclusões de Aninha

Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?

Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.

Cora Coralina

DU BALACU BACU - Nossa Coluna Anti-Social

Quer aparecer aqui?
Puxe o cabelo de alguma mocréia, coloque silicone, tenha um caso com alguma modelo famosa, torne-se um ex-BBB ou procure nosso departamento financeiro...

Chega de Bla Bla Bla, viemos para ficar!


"Sem tesão não há produção,
sem você não me interessa,
se for pouco, será sem pressa,
se for muito, quero mais!
estamos aqui ou não?"
(autor desconhecido)